Arquivo pessoal: mamãe escolhendo uma peruca de cabelo natural |
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Imagem retirada do site oficial do hospital. |
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Arquivo pessoal: Momento eternizado, entre vó e neta. |
Arquivo pessoal: mamãe escolhendo uma peruca de cabelo natural |
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Imagem retirada do site oficial do hospital. |
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Arquivo pessoal: Momento eternizado, entre vó e neta. |
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ARQUIVO PESSOAL: Quando fomos a Alter do Chão... |
O engraçado da vida vivemos sentindo-nos culpados – até mesmo quando não o somos – acredito que por sermos produtos do meio em que vivemos, levamos em conta coisas tão irrelevantes, damos importância a tudo que não nos serve, e deixamos passar momentos únicos em nossas vidas, pronto ai vem a culpa. E foi com a perda do meu irmão (que até hoje não acredito na partida dele), que aprendi que existe vida após o luto, mas vem sempre aquela vozinha dizendo: “como podes viver, sorrir sem a existência dele!” “porque o deixaste partir!”
Estou em tratamento contra meus sentimentos, contra essa dor que teima em me machucar, tento não me sentir culpada, tento sobreviver após aquele primeiro de maio… tento olhar pra frente e seguir sem ele, mas aquela mesmo vozinha vem azucrinar.
Meu irmão, hoje fazem 3 meses da sua partida, e o peito ainda dói, as lágrimas ainda me fazem companhia, e sempre saimos juntos temos aquela frase vívida em nossos lábios: “Se ele estivesse aqui, gostaria disso…” Peço todos os dias em oração que você também se conforme com sua partida, espero que essa culpa cesse! espero mesmo te reencontrar, e o dia que isso acontecer, irei puxar tua orelha por teres partido antes de mim, já que eu sou a mais velha, eu deveria ter ido antes…
TE AMO, de VERDADE
Saudades Eternas.
E quando eu estiver triste
Simplesmente me abrace
Quando eu estiver louco
Subitamente se afaste
Quando eu estiver fogo
Suavemente se encaixe
E quando eu estiver triste
Simplesmente me abrace
E quando eu estiver louco
Subitamente se afaste
E quando eu estiver bobo
Sutilmente disfarce
Mas quando eu estiver morto
Suplico que não me mate, não
Dentro de ti, dentro de ti
Mesmo que o mundo acabe, enfim
Dentro de tudo que cabe em ti
Mesmo que o mundo acabe, enfim
Dentro de tudo que cabe em ti
E quando eu estiver triste
Simplesmente me abrace
E quando eu estiver louco
Subitamente se afaste
E quando eu estiver bobo
Sutilmente disfarce
Mas quando eu estiver morto
Suplico que não me mate, não
Dentro de ti, dentro de ti
Mesmo que o mundo acabe, enfim
Dentro de tudo que cabe em ti
Mesmo que o mundo acabe, enfim
Dentro de tudo que cabe em ti
Mesmo que o mundo acabe, enfim
Dentro de tudo que cabe em ti
Mesmo que o mundo acabe, enfim
Dentro de tudo que cabe em ti
A saudade é tanto quanto era grande o amor envolvido na perda. A dor da separação é quase insuportável, tanto mais quando a morte é inesperada ou violenta. A tristeza torna-se companheira inseparável de dias sombrios e monótonos, sem perspectiva de mudança. O ente querido partiu - arrancado do convívio humano - não volta mais.
- E agora, Senhor?
- Onde achar consolo, a não ser na fé?
- Quisera uma explicação. Quisera entender...
Nenhuma palavra de conforto é suficientemente fortalecedora, capaz de aliviar o espírito abatido e reanima-lo. A vontade de chorar ainda é grande.
Somente a fé impede que a revolta - até mesmo contra Deus - tome conts da mente sofredora. Quem não tem vontade de pensar que isso é injusto, que Deus não poderia te-lo permitido, que nada justifica essa perda precoce de alguém cheio de sonhos, com um futuro promissor, uma vida repleta de promessas?... Da até vontade de largar tudo, de desistir de ser bom, de acreditar preferencialmente no absurdo.
- E agora, meu Deus, que faço da vida?
- Sem minha mãe, sinto-me inseguro, sem apoio de que tanto necessito.
- Sem meu pai, quem me orientará nos difíceis caminhos a percorrer?
- Sem meu grande amor, como posso suportar tamanha solidão, tamanho vazio, tamanha saudade?
É indispensável e urgente reagir. Levantar a cabeça enfrentando o abatimento que o presta. Você tem fé e acredita em vida eterna. Se assim for, lembre-se de que o espírito de quem partiu deve permanecer na luz e gozar da paz de Deus. Mas como ele conseguirá fazê-lo, se a toda você o chama e suas lágrimas se transformam num choro desesperador? Como quer que ele seja feliz, se você se comporta assim? Pense no bem de quem tanto amou e ainda. Em nome desse amor, sincero e verdadeiro, entregue o espírito de quem partiu nas mãos de Deus.
Você precisa de paz
A vida continua. Há muito por fazer.
Ressuscite, por favor, dessa morte psicológica que o enterra vivo.
Um dia vai compreender que o mistério é bem maior do que imaginávamos. Haverá, sim, um reencontro.
Agora, porém, confiante, de cabeça erguida, na esperança e na fé, É PRECISO CAMINHAR.
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Arquivo Pessoal: Mari ajudando o titio no trabalho |
Hoje na missa de Sétimo dia de falecimento do meu único irmão eu não podia despedir-me dele se falar sobre quem ele foi e representou pra mim, então estou transcrevendo o que disse na igreja.
Falar do meu irmão Bruno é algo tão natural, porque as palavras fluem, o estranho é pensar que a partir de agora todo verbo que utilizar para me referir a quem ele é, será no pretérito imperfeito.
O Bruno foi concebido, amado e aguardado como todo pai e mãe que anseiam por um filho o fazem, mamãe não sabia o sexo e porque naquela época a ultrassom era algo caro e meu pai sabia que seria um menino, veio 3 anos depois de mim, eu gostava da ideia de ter um irmão, porque até conversava com ele na barriga da minha mãe. Mamãe não cansava de dizer como foi o parto dele, dizia que ele não queria nascer, acho que já sabia que este mundo era muito cruel para um cara como ele.
Cresceu, começou a estudar, fez amigos, mas diferente de mim, meu irmão sempre conseguiu MANTER suas amizades, tem amigos desde os tempos que estudava alfabetização, amigos estes que estão aqui compartilhando de nossa dor.
O Bruno, sempre foi discreto, um cara ótimo para contar segredos, porque ele sim sabia manter sigilo, podia confiar até a senha do cofre, porque ele manteria essa informação tão bem guardada, até mesmo dele (que a memória as vezes falhava).
Escolheu ser publicitário ainda com 15 anos, em uma dessas feiras de vestibular, e manteve a vontade até ingressar em uma faculdade, e foi aí que ele conheceu as agruras do que era sua profissão. Sempre gostou do que fazia, mas gostava mais das amizades que ia encontrando pelo caminho, do conhecimento que vinha adquirindo, da experiência que ia acumulando. Sim ele era um cara que estudava seus próprios passos milimetricamente, era perfeccionista ao extremo.
Então o Bruno, aquele que só a família conhecia, tinha uma fragilidade de criança, que vivia triste, que foi gordo quase que a vida inteira, até descobrir o outro que existia dentro dele, um Bruno que era magro, mas que era conhecido como BRUNÃO, esse era novo, mais feliz, que viveu os últimos anos da vida CURTINDO o que a gordura não deixou por 22 anos.
Depois veio a notícia que iria ser tio, foi a notícia mais maravilhosa que poderia esperar, e quando descobriu que era menina, chorou, chorou feliz, porque ele desejava que fosse mesmo uma menina, sonhou um mundo lindo para ela, traçou uma vida inteira para a sobrinha, planejou o primeiro aniversário, e os seguintes... tinha um sonho de levá-la pra viajar com ele.
O Bruno sempre iluminado e tão amado, tão amado, que quando partiu, até o céu chorou sua ida, vários rostos que eu conhecia apenas por foto em meio a sorrisos abertos, naquele fatídico dia, estavam chorando, e pedindo que aquilo fosse mentira.
Poxa meu irmão, hoje estou aqui, lendo isso para você, rezando que seu sofrimento, aquela dor que você sentia tenha passado, lembrando-me de tantos planos que tínhamos, para a gente, para a NOSSA MARIANA (como você costumava falar), e agora estamos aqui tentando resgatar em cada amigo seu um pedaço de você para continuar vivendo, tentando superar o que parece impossível de ser superado, estamos tentando viver a vida sem você. Pode acreditar tá difícil, tá doendo, mas estamos tentando, porque sabíamos que você não gostava de nos ver tristes, e é por você que vamos tentar.
Te amamos muito. Vai em Paz meu irmão.
Saudades infinitas…