Faz muito tempo que não paro para conversar com vocês, meio que deixei meu blogger de lado, e de vez em quando, que me ocorre algo, resolvo postar, entretanto, voltei a reler aqui e percebi que tinha prometido contar em 2016, no post do Desfralde da Mariana, iria relatar o reencontro dela com minha mãe (que aquela altura estava 10 dias internada no Hospital Beneficente Portuguesa de Belém), mas tanta coisa aconteceu, e eu não tive tempo mais para escrever, andava muito preocupada com a minha mãe, que meio que esqueci, essa é a verdade.
Me peguei relendo meu blog, até porque passei o link para a Boadrasta da Mariana (ahhh, Pimentinha está entrando em contato com o pai, e junto com ele veio uma BOADRASTA MARAVIGOLD, que em outro post conto melhor sobre eles). SIGAMOS NO REENCONTRO.
Arquivo pessoal: mamãe escolhendo uma peruca de cabelo natural |
respira fundo...
Eu gritava enlouquecida no hospital, se acham clichê novelas mexicanas, com toda aquela encenação de drama, vocês precisavam me ver no momento que me contaram sobre minha mãe... eu simplesmente cai no chão e gritei (hoje eu tenho a idéia que sou muito "esparrenta"), que a técnica que cuidava da minha mãe me injetou calmante... eu não sabia que mamãe iria morrer (ela sabia, eu não... mamãe foi meticulosa, sabendo do fim, ela agiu por baixo dos panos e hoje quase 3 anos após seu falecimento soube de muitas coisas que mamãe fez pra deixar a neta confortável que tb conto em outra oportunidade).
respira mais um pouco... agora vem a pergunta, onde a Mariana entra nessa história???
Sabendo que mamãe poderia não sair do hospital, meu pai pediu que pelo amor de Deus deixasse ela ver a neta, poderia ser a última vez, mamãe após tomar o dexametasona algumas de suas funções voltaram, a fala, a tremedeira parou, então veio a memória e ela não parava de chamar a princesa dela, pedia pra falar com ela ao telefone... nenhum médico permitiu a visita, era arrsicado, meu pai, pediu pra falar com o diretor do hospital e explicou tudo pra ele, então o diretor deixou (agradeço muito a essa pessoa por isso). O hospital tem uma escadaria bem na frente (ainda é mantida a placa Hospital D. Luiz I)
Imagem retirada do site oficial do hospital. |
O diretor disse o seguinte: ela não pode entrar no hospital devido risco de contaminação dela, mas o que podemos fazer, leve a paciente para o portão central e coloque sua neta na escadaria, para que elas se vejam. e assim fizemos, ia acontecer a troca de acompanhante eu estava no posto, eu ia trocar com a minha tia, e meu pai veio até o hospital com a Mariana (naquele tempo ela tinha só 4 anos).
Arquivo pessoal: Momento eternizado, entre vó e neta. |
Aconteceu o reencontro, mamãe em cadeira de rodas, e ela sentou no colo da avó e ria, porque não entendia a gravidade da doença da avó... ela ria da situação... pq todos choravam naquele momento. e sem entender, até perguntou, na inocência de criança: "Poquê tão cholando?" posso dizer que este encontro não foi o último, não, ela saiu do hospital 3 dias após a foto, e marquei com um amiga fotógrafa para que ela eternizasse fotos dela com a avó para que no futuro, eu pudesse contar pra Mariana quem ela foi na vida dela, durante os 4 anos e 8 meses em que conviveram.
O sonho de minha mãe de ser vó foi realizado, sei que ela sente falta da Pimentinha, e sei que ela tem visitado Mari em sonho, porque quando a Mari fala, senti o cheiro da vovó, ou que a vovó amava ela, sei que mamãe cochichou algo em seu ouvido.
Mãe, saudades eternas.
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