quinta-feira, 10 de dezembro de 2015

Então é Natal

Arquivo Pessoal: Natal na Escola

Todos que me conhecem, também sabem do pânico que Mari tem do bom velhinho... então nas festas de Natal, evitamos as filas para fotografar com o Papai Noel, porque só de imaginar se aproximar dele, ela se tem ataques de ansiedade, sensações de desmaio, e tremor, e convenhamos, para que forçar??? é para alimentar o ego dos pais ou tornar um encontro agradável para a criança????

Pedir presentes e escrever cartas é fácil, mas quando tem que enfrentar o Papai Noel frente a frente, nem toda criança gosta e algumas até têm medo do bom velhinho. A roupa vermelha, a barba branca e o 'ho-ho-ho' assustam muitos pequenos que preferem olhar só de longe e algumas vezes até choram de medo.

A minha pequena só não teve medo do cara da barba branca, quando tinha 6 meses (em seu primeiro Natal depois da vida intra-uterina), depois disso foi cultivando um pavor sem proporções lógicas, entretanto aceitáveis para a idade dela, e lendo por aí, vi que o que pensava acontecer só com ela, é mais normal que o ato de beber água.

Todo mundo tem medo de algo. Este sentimento pode ser compreendido de várias maneiras. A primeira delas é que tememos aquilo que de alguma forma nos ameaça verdadeiramente. Por exemplo, o de cobras. Temê-las é sábio e protetor.

Alguns medos fogem a esta lógica, como a de alguns insetos como a barata. Mesmo sendo maiores e mais fortes que a bichinha, fugimos dela. Muitas vezes, por não podermos evitar o objeto temido, uma pessoa, por exemplo, deslocamos o sentimento para algo que podemos nos esquivar.
Um dos mais poderosos é o medo daquilo que não compreendemos ou não conhecemos. Eles vêm carregados de fantasias que geralmente lhes dão força – o temor à morte é um deles. Assim como o de figuras fantásticas que povoam nosso imaginário, como bruxas e fantasmas.
As crianças são as campeãs neste quesito. Temem várias coisas que parecem simples ao olhar do adulto. Isso porque ele se esqueceu de que em sua infância seus sentimentos eram parecidos. A pouca compreensão que elas têm das coisas e o pensamento fantástico característico desta época da vida, facilitam o surgimento de tais medos. Com o amadurecimento e a ampliação do entendimento das coisas, tendem a diminuir e a desaparecer.
Por exemplo, elas temem o escuro, os trovões, o mar, dormir sozinhas e de muitas outras coisas. Como é o caso de certos personagens que, a princípio, foram criados para diverti-las ou encantá-las. Um deles anda por aí, pelos centros de compras, ruas e nossas casas. O outro, também muito comum, vive aprontando nos circos.
Sim, é muito comum os pequenos terem medo dos palhaços e do Papai Noel. A explicação inicial é fácil: a aparência deles, por si só, é assustadora. O palhaço é extremamente caricato: sua boca, olhos e nariz costumam ser grandes e, por vezes, assustadores. Alguns têm aparência triste e são um tanto quanto malandros. Lembro-me de um trocadilho de infância, que de certo modo pode assustar: “E o palhaço o que é? É ladrão de mulher!”.
O Papai Noel também tem algo em sua aparência que costuma assustar os menores: sua enorme barba. É um personagem associado ao poder de julgar os outros, dando-lhe prêmios ou não. Se o garoto foi bonzinho pelo ano, o presente de Natal está garantido. Do contrário, ele não será presenteado. É um juiz, lembrando um pouco a figura de Deus – geralmente retratado como um velhinho de barbas brancas, que nos levará para o céu caso tenhamos boas condutas na vida.
Para as crianças, cujo aspecto físico costuma impressionar e a ideia de castigo também, lá vem o comportamento de evitá-lo de modo a protegê-las de figura tão poderosa.
O que fazer para amenizar esses medos? Não muita coisa. Até porque vivemos muito bem longe de palhaços e Noel (apesar do último estar pipocando pela cidade). O importante é dar-lhes elementos para que pouco a pouco possam vê-los de maneira diferente. Sem que sejam forçados a se aproximarem deles ou que sejam usados como figuras de punição.
Muitos adultos, para controlar o comportamento da criança, dizem que vão falar para o Papai Noel e que não ganhará presente. Ou que o palhaço (aproveitando seu medo) virá pegá-la se não se comportar.
Com o amadurecimento, esses medos tendem a desaparecer. Caso contrário, muito provavelmente se transformaram em objetos de deslocamento ocultando outro medo. Como é o caso da simpática baratinha. Mas só a dos desenhos. 

Curta as festas de fim de ano e não deixem seus filhos ficarem aterrorizados com o fato de serem forçados a algo que não querem...

BOAS FESTAS A TODOS.

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