A mulher tem um companheiro. Então ela engravida. E a figura deste companheiro em sua vida começa a se transformar. Na presença, na implicação, no comprometimento. E é quando esse homem passa a uma brutal inversão de papel e, de companheiro, se comporta agora como filho. Essa mulher começa a perceber que ao invés de ter alguém com quem dividir igualmente os cuidados, a responsabilidade e as decisões sobre a criança, tem agora a figura dupla de filho: o seu propriamente dito e o homem, agora infantilizado, que não toma decisões autônomas e não se coloca como participante ativo na construção da vida familiar. O homem que transforma a mulher, agora mãe, em sua própria mãe. E infelizmente isso é mais frequente do que imaginamos.
Recomendações como "Tenha paciência, é difícil para ele" ou "Os homens amadurecem mais tardiamente, dê tempo para que se adapte" apenas normalizam essa situação prejudicial à mulher e levam ao agravamento do sentimento de inadequação que ela passa a ter. É um comportamento machista, patriarcal, relega a mulher a uma solidão brutal, à sobrecarga e está na base de uma possível dificuldade em lidar com sua vivência de maternidade. No fim, sua dificuldade em se adaptar à chegada de um filho pode não dizer respeito a ela ou ao filho mas, especialmente, a esta aparente compulsoriedade de ser mãe do homem.
Não aceite. Não normalize. Recuse falas que tentam te fazer aceitar. Mostre a gravidade disso ao homem. Fale sobre isso. A mulher não é mãe de seu companheiro, nem centro de reabilitação, nem lugar onde esse homem irá resolver suas questões com a própria mãe. A mulher que é mãe não precisa de um homem transformado em filho, precisa de responsabilidade e envolvimento, primeiramente, deste homem.
Texto tirado do Facebook de cientista virou mãe.
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